quinta-feira, 26 de agosto de 2010

-E Agora, Mãe?

"Escuta filho, vou te fazer um pedido: Quando fores chorar, chora baixinho! Não compreendo seu choro, e como você, também quero chorar...
Se sentes vontade de crescer, cresce bem devagarinho! Se fores andar, falar, perguntar, espera mais um pouquinho... Eu também estou crescendo, e antes de te dar as respostas preciso meu pranto enchugar... Preciso encontrar meu lugar...
Acho que vou te fazer mais um pedido: Não dá pra você me esperar? Te fiz Filho sem pensar e dos males fiz o maior: Já sou mãe, mas sou menor..." (Alcione Cerezoli)


Ser Mãe Jovem... ESCOLHER ser uma Mãe Jovem... Permitir que uma vida venha ao mundo e cumpra sua missão...




Há alguns anos trás, eu e alguns colegas de escola fizemos um projeto sobre Gravidez na Adolescência, onde encenávamos o teatro: E Agora, Mãe? De lá pra cá quanta coisa aconteceu, quanta coisa mudou! Naquela época eu nem imaginava que alguns anos mais tarde eu estaria vivendo a protagonista desse teatro na vida real. E digo: Não foi fácil. E continua não sendo fácil. As escolas abordam o tema, Postos de Saúde distribuem métodos anticoncepcionais, e mesmo assim, cada vez mais aparecem Mães Jovens.
Os números são assustadores: Na América Latina, a cada 10 adolescentes, 9 engravidam entre os 12 e 17 anos. O Brasil é o quinto país com maior número de mães jovens. A maioria dos abortos no Brasil são praticados por adolescentes menores de 18 anos.




É muito fácil criticar e julgar, mas só quem vive essa situação sabe o quanto é complexo. Uma turbulência de pensamentos, uma mistura de sentimentos, medo e dúvidas... Não é fácil encarar uma "novidade" que não estava nos planos, pensar nas responsabilidades a serem assumidas sem saber se esta pronto, encarar uma situação bem diferente da que nossos pais queriam para nós, ver seus planos serem adiados. ADIADOS, pois por mais difícil que seja, um filho é um incentivo á mais para você lutar por aquilo que você quer, que você acredita, e não pensar em desistir.


Penso eu que, Deus tem nossa vida toda planejada... E uma criança fora de hora, por mais que não tenha sido planejada, veio ao mundo porque tinha que vir. Veio para ensinar, para aprender, para resgatar laços, cumprir missões. Já disse e direi mil vezes: NADA É POR ACASO! Mas e se interrompemos a vinda dessa vida? Quem somos nós para decidir quem merece ou não nascer, crescer e viver? É justo privar uma vida das experiências que ela TEM que viver, pessoas que ela TEM que conhecer, sonhos que ela QUER realizar? Imagino como deve ser chegar no fim da vida carregando o peso, a culpa de um aborto, pensando em tudo que o SEU FILHO poderia ter sido e não foi porque VOCÊ não deixou.
Por mais difícil que seja no começo, carregar uma vida dentro de si é algo mágico! Só depois que somos MÃES é que entendemos o que é AMAR de verdade, diferente desse Amar tão banalizado de hoje em dia. Lógico que se ama o namorado, o amigo, o pai, a mãe, mas nenhum desses sentimentos é mais puro, sincero, sem limites, sem reservas do que o amor por um filho. Filhos são presentes de Deus embrulhados em lindos papéis coloridos. Filhos acrescentam, completam! Fazem os dias serem mais leves e saborosos. Fazem TUDO valer a pena, por mais que muitas vezes, a gente não consiga entender porque motivo Deus os coloca em nossas vidas tão cedo. Isso você só aprende com o passar do tempo, com o aprendizado diário de mãe e filho, ou quando ele cresce e também consegue expressar o quanto você é importante na vida dele...


Gratidão Deus por me permitir SER MÃE, por me mandar João Vítor, minha motivação, meu equilíbrio, minha esperança, meu sentido de abrir os olhos todos os dias e agradecer pela vida!

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